quarta-feira, 13 de maio de 2009

POESIA MARGINAL


VENTO VADIO



Às vezes vem um vento

e levanta a aba do pensamento

jogando o meu chapéu

pra lá da possibilidade

Chacal






GERAÇÃO-MIMEÓGRAFO





Foi no princípio dos anos 70 que os primeiros poetas marginais apa
receram. Sem espaço para editar seus livros nas grandes editoras (que também sofriam censura) e desprezando qualquer ideia de prestígio intelectual, eles bolaram uma saída bastante caseira e interessante. Começaram a imprimir seus poemas em mimeógrafos, fzendo edições artesanais de seus livros. Esses livrinhos passaram a circular de mão em mão. Assim, a designação marginal se restringia ao modo de circulação dos livros(à margem da indústria editorial) não se referindo nem ao estatuto literário dos textos nem à condição social dos autores , em grande parte pertencente à classe média ou mesmo à elite.




UM POETA MARGINAL






Chacal (Ricardo Carvalho Duarte)
, um dos primeiros representantes desse movimento, coloca em seus versos àfala cotidiana , incorporando recursos como a linguagem dos jornais e as gírias, sempre com muita graça e suíngue. Nascido no Rio de Janeiro em 1951, Chacal continua em plena atividade, fazendo leituras públicas e publicando poemas.





Outro poeta marginal


 
Eu, hoje, acordei mais cedo
e, azul, tive uma ideia clara
Só existe um segredo.
Tudo está na cara.

Paulo Leminski